Quando amanhã sairmos à rua para ver o sol se por e voltarmos úmidos de serenidade seremos então o que não seríamos se não saíssemos; porém a rua continuaria cheia de passos, o por do sol a se opor, o sereno a molhar os corpos inausentes.
Depois de ouvir isto, permaneci deitado. Não acendi a luz. Continuei procurando na memória a solidão daquela hora. Levantei. Não fui à janela para ver se o havia alguma luz.
Meus passos seguem lentamente seu destino e sem que eu pergunte a cada chão onde estou deixo-me levar por estas pernas tão alheias assim como acredito que coisas são feitas de olhar; e em cada canto ouço sussurros desmedidos de alguém que talvez esteja ali.
(2007?)
Nenhum comentário:
Postar um comentário