14/03/2012

A esperança é a última que nasce


numa cadeira arcaica
chamada Uzina Esperança
petrificado contemplo
uma paisagem em decomposição

parca luz no fim da tarde
sobre as roupas encardidas do varal
úmidas de esperar por um sol sem cor

que nunca nasce
desde sempre
esquecido

tempo comprimido
espaço dilatado
instante ínfimo no infinito

05/03/2012

em que nada acontece IV



com angústia e lentidão preparei-me para o imprevisível, banhei-me de perfume e flores, com olhar distraído e passos imprecisos procurei entre portas e janelas, e quando cheguei, não havia ninguém – era tarde demais, ou cedo demais para esperar.