16/01/2008

A Frederico N. Fisher, morto pela manhã, antes de tudo no fundo estático, como quem por um instante pensa ser formado de pedra - seu corpo insignificante e seus olhos que espelham transparências - depois, esquecido numa gaveta, lançado a mares inertes para ser navio ou vento: tarde, sons de vidro e de água preenchem meu sono quando ando desprovido de memórias para tatear em fundos de armário onde habitam traças e destroços de roupa úmida - diálogos com cortinas - ou mesmo quando a única palavra que nos cabia - incertos de nossa essência: a outridade e o absurdo - era despejada no abismo que há entre a compreensão silenciosa de minha corporeidade e a inacessível certeza de sua existência - com que aprendi a nadar: mais nada.

2 comentários:

Paula Zilá disse...

É sobre o peixe?
Gostei muito disso: "no abismo que há entre a compreensão silenciosa de minha corporeidade e a inacessível certeza de sua existência - com que aprendi a nadar: mais nada."
prosa tão cheia de poesia, incrustada em cada pequeno espaço entre uma palavra e outra.

Anônimo disse...

Fala Chicó... Como anda? Tá vivo? E juanita? Ela está gostando da casa?

Bjnd's

Ah, o texto ficou muito bom. (sem análises maiores, nem comentários... pelo menos por enquanto)