11/10/2006

Busco no seio das horas
como quem acabou de nascer
e não sabe e não pergunta
por que
o nome disso que não
tem nome
e tem cheiro inesperado
gosto de saliva e suor

mas são sempre horas pródigas
que fazem a memória
e nunca contam como foi
o tempo fora
e de que é inventada
a distância

Talvez tarde encontrar
nos mares tristes dos
dias sem sol se por
no amanhecer desfolhado indeciso
se amarelo ou vermelho
talvez tarde
encontrar em dormentes palavras
esquecidas do papel
de fabricar a própria tinta
existências encobertas.

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