18/07/2012

St. John



Jazz Container: nome que busca assonância, consonância com outro nome: John Coltrane.

Improvisos transitórios. Aprender a solar, arriscar voo livre. Recomeçar a cada frase, incansavelmente, tomar fôlego, ininterruptamente. Buscar a sonoridade da palavra, a palavra enquanto som, puro soar, melodia.

Tentativa de traduzir música em palavras.

Da capo. É preciso tocar o tema.

Ontem fez 45 anos de morte de Coltrane, o músico que mudou a história da música e a vida de muitos.
Sem saber disso, ontem (17/07) ouvi várias vezes minha música favorita: My Favorite Things. Hoje acordei com sede de ouvi-lo mais. O dia começou com Acknowledgement, A Love Supreme. Dessa imersão, ainda dentro do quarto, sai para dar um passeio: Central Park West. Fiquei emocionado. A música tocou-me profundamente, como há muito não acontecia. Então, a versão apaixonada e apaixonante de José James, que transcreveu-traduziu cada som.

Há uma matemática que estrutura a música, um ciclo de terças menores, que dão o tom melancólico; pequenos passos, um passeio no parque. Coltrane expressou a paisagem em sua música.



Sempre tive a sensação de ouvir Coltrane falar, como se o sax fosse parte de seu corpo. Então aprendi que o som é maior que a palavra.

É preciso aprender novamente a ouvir.

E também a dizer adeus.




Keith Jarrett, após a morte do idolo: De repente, todos sentimos um vazio imenso. Mas não era isso que ele desejaria: ele teria preferido que ficássemos com mais espaço para fazer aquilo que devíamos fazer.

Archie SheppEle provou que é possível criar um solo trinta ou quarenta minutos de música ininterrupta, constantemente construtiva, original e imaginativa. E mostrou-nos a todos que deveríamos ter bastante resistência mental e física para suporte esses longos voos.

Um comentário:

Mis disse...

Me bateu uma extrema vontade de ouvir John Coltrane e resolvi passar por aqui.. Coincidencias, pra você, ainda não existem?! :)
Saudades..