Jazz Container: nome que busca assonância, consonância com outro
nome: John Coltrane.
Improvisos transitórios. Aprender a solar, arriscar voo
livre. Recomeçar a cada frase, incansavelmente, tomar fôlego, ininterruptamente.
Buscar a sonoridade da palavra, a palavra enquanto som, puro soar, melodia.
Tentativa de traduzir música em palavras.
Da capo. É preciso tocar o tema.
Ontem fez 45 anos de morte de Coltrane, o músico que mudou a
história da música e a vida de muitos.
Sem saber disso, ontem (17/07) ouvi várias vezes minha música
favorita: My Favorite Things. Hoje acordei com sede de ouvi-lo mais. O dia
começou com Acknowledgement, A Love Supreme. Dessa imersão, ainda dentro do
quarto, sai para dar um passeio: Central Park West. Fiquei emocionado. A música
tocou-me profundamente, como há muito não acontecia. Então, a versão apaixonada
e apaixonante de José James, que transcreveu-traduziu cada som.
Há uma matemática que estrutura a música, um ciclo de terças menores, que dão o tom melancólico; pequenos passos, um passeio no parque. Coltrane expressou a paisagem em sua música.
Há uma matemática que estrutura a música, um ciclo de terças menores, que dão o tom melancólico; pequenos passos, um passeio no parque. Coltrane expressou a paisagem em sua música.
Sempre tive a sensação de ouvir Coltrane falar, como se o
sax fosse parte de seu corpo. Então aprendi que o som é maior que a palavra.
É preciso aprender novamente a ouvir.
E também a dizer adeus.
Keith Jarrett, após a morte do idolo: “De repente, todos sentimos um vazio imenso. Mas não era isso que ele desejaria: ele teria preferido que ficássemos com mais espaço para fazer aquilo que devíamos fazer.”
Archie Shepp: “Ele provou que é possível criar um solo trinta ou quarenta minutos de música ininterrupta, constantemente construtiva, original e imaginativa. E mostrou-nos a todos que deveríamos ter bastante resistência mental e física para suporte esses longos voos.”
E também a dizer adeus.
Keith Jarrett, após a morte do idolo: “De repente, todos sentimos um vazio imenso. Mas não era isso que ele desejaria: ele teria preferido que ficássemos com mais espaço para fazer aquilo que devíamos fazer.”
Archie Shepp: “Ele provou que é possível criar um solo trinta ou quarenta minutos de música ininterrupta, constantemente construtiva, original e imaginativa. E mostrou-nos a todos que deveríamos ter bastante resistência mental e física para suporte esses longos voos.”