Por que chove quando as roupas se espreguiçam no varal?
19/12/2012
18/07/2012
St. John
Jazz Container: nome que busca assonância, consonância com outro
nome: John Coltrane.
Improvisos transitórios. Aprender a solar, arriscar voo
livre. Recomeçar a cada frase, incansavelmente, tomar fôlego, ininterruptamente.
Buscar a sonoridade da palavra, a palavra enquanto som, puro soar, melodia.
Tentativa de traduzir música em palavras.
Da capo. É preciso tocar o tema.
Ontem fez 45 anos de morte de Coltrane, o músico que mudou a
história da música e a vida de muitos.
Sem saber disso, ontem (17/07) ouvi várias vezes minha música
favorita: My Favorite Things. Hoje acordei com sede de ouvi-lo mais. O dia
começou com Acknowledgement, A Love Supreme. Dessa imersão, ainda dentro do
quarto, sai para dar um passeio: Central Park West. Fiquei emocionado. A música
tocou-me profundamente, como há muito não acontecia. Então, a versão apaixonada
e apaixonante de José James, que transcreveu-traduziu cada som.
Há uma matemática que estrutura a música, um ciclo de terças menores, que dão o tom melancólico; pequenos passos, um passeio no parque. Coltrane expressou a paisagem em sua música.
Há uma matemática que estrutura a música, um ciclo de terças menores, que dão o tom melancólico; pequenos passos, um passeio no parque. Coltrane expressou a paisagem em sua música.
Sempre tive a sensação de ouvir Coltrane falar, como se o
sax fosse parte de seu corpo. Então aprendi que o som é maior que a palavra.
É preciso aprender novamente a ouvir.
E também a dizer adeus.
Keith Jarrett, após a morte do idolo: “De repente, todos sentimos um vazio imenso. Mas não era isso que ele desejaria: ele teria preferido que ficássemos com mais espaço para fazer aquilo que devíamos fazer.”
Archie Shepp: “Ele provou que é possível criar um solo trinta ou quarenta minutos de música ininterrupta, constantemente construtiva, original e imaginativa. E mostrou-nos a todos que deveríamos ter bastante resistência mental e física para suporte esses longos voos.”
E também a dizer adeus.
Keith Jarrett, após a morte do idolo: “De repente, todos sentimos um vazio imenso. Mas não era isso que ele desejaria: ele teria preferido que ficássemos com mais espaço para fazer aquilo que devíamos fazer.”
Archie Shepp: “Ele provou que é possível criar um solo trinta ou quarenta minutos de música ininterrupta, constantemente construtiva, original e imaginativa. E mostrou-nos a todos que deveríamos ter bastante resistência mental e física para suporte esses longos voos.”
17/06/2012
14/03/2012
A esperança é a última que nasce
chamada Uzina Esperança
petrificado contemplo
uma paisagem em decomposição
parca luz no fim da tarde
sobre as roupas encardidas do varal
úmidas de esperar por um sol sem cor
que nunca nasce
desde sempre
esquecido
tempo comprimido
espaço dilatado
instante ínfimo no infinito
05/03/2012
em que nada acontece IV
com angústia e lentidão preparei-me para
o imprevisível, banhei-me de perfume e flores, com olhar distraído e passos
imprecisos procurei entre portas e janelas, e quando cheguei, não havia
ninguém – era tarde demais, ou cedo demais para esperar.
29/02/2012
05/02/2012
incompleto
eu esperava
sem saber que vinhas
e quando nada esperava
súbita partida
pois sabia sem esperar
que o gesto que abre a porta
é o mesmo na saída
a se repetir incansável
repentinamente
até que não haja porta
nem espera
que tua chegada desde sempre
despedida
Assinar:
Postagens (Atom)